Se me pedissem prá falar do meu tio Ângelo, eu voltaria lá prá minha infância...
Mas não bastaria falar dos acontecimentos que ficaram até hoje circulando na memória, acondicionados na temporalidade,
Não bastaria falar do enorme prazer de ir à fazenda Bela Aurora (A belíssima Bela Aurora), do barulho do piso de tábua corrida da casa antiga, do pátio na frente da casa,
Não bastaria falar do cheiro do ar... cheiro de cavalo, cheiro de bosta, de cocheira... de cocho.
Nem do meu apelido "batatinha" - o melhor que já tive,
Meu tio Ângelo, aquele de uma simplicidade precisa,
Tio Ângelo suave, sempre carinhoso, silencioso e presente o suficiente.
Foi ele que me ensinou a passar café. Sem solenidades. E eu tranquilamente aprendi.
Também foi o exemplo de que sonhos são prá serem realizados. E lá foi ele para a fazenda Vargem Grande da Bela Aurora.
Lá assisti a uma briga impressionante entre dois cavalos. Senti medo. Um espetáculo vigoroso e violento. Mas, com ele ali me senti protegida.
Portanto, falar do tio Ângelo, não pode se resumir a falar dos fatos do tempo. Falar dele é cavucar os cantinhos da nossa alma. Alma é infinita e é sempre. É ir no fundinho da gente e reencontrar os melhores sentimentos. É o meu e o nosso tio querido. Não bastasse tudo isso agora ele vem com esta nova façanha - um delicioso livro - mais um talento!! Parabéns, tio, por mais esta conquista e obrigada por tudo!
Leftovers à la française
Há 4 anos
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