terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nossos Bebês: um longo caminho até aqui (2)

Algumas amigas minhas leram a 1ª postagem que fiz, sob este mesmo título (em 03 de fevereiro de 2009). Comentaram que naquela altura - ambas chegando aos 50 anos, muiita coisa já tinha lhes acontecido realmente. Vi que era necessário escrever logo o 2º capítulo do meu texto, para esclarecer meu propósito. Independente da idade que você, leitor, tenha agora, sabemos que já foi, e, já deixou de ser, um bebê: você já sabe ler, compreende o que lê, ou seja, já ingressou no universo simbólico - marca da natureza humana, e fez uma enormidade de progressos, desde que nasceu. "Pois é, muuuiita coisa aconteceu, muitos processos inconscientes (destacando aqui apenas os aspectos emocionais) entraram em ação para formar você, do jeitinho que só você é" (postado em 03/02/2009) agora. Conforme falei para minhas amigas, a questão aqui é: o que ocorre emocionalmente com os bebês, que os marca prá sempre. Quando se tornam crianças já têm uma loonnggaaa experiência emocional. Se engana quem pensa que o bebê só dorme e faz cocô, no caso do recém-nascido, como já ouvi várias pessoas dizerem. Se engana quem acha que o bebê não tem vontade própria. Se engana, mil vezes mais, quem imagina que as coisas que acontecem com um bebê são menos marcantes do que as que ocorrem na vida de uma criança mais velha, ou de um adulto, porque, segundo elas, os bebês não entendem e esquecem. Se engana, extraordinariamente, as mães que preferem tirar licença do trabalho quando o bebê estiver maior(aquelas que podem escolher, claro!!), porque no início da vida eles não precisam da presença delas. NÃO!!! O que se passou com você, comigo, e com todos nós, enquanto éramos bebês, todas as experiências diárias, estão dentro da gente. Só que transformaram-se: em comportamentos específicos de cada um, formas próprias de pensar, temperamentos, atitudes, capacidade criativa, capacidade de encantamento, capacidade de alegrar-se, ou deprimir-se, ou isolar-se, etc., etc..
Grifei a palavra 'diárias', não por acaso. Quando estamos falando de bebês - e do início da vida emocional humana - precisamos ter em mente que o tempo é um elemento primordial na discussão. Cada hora, minuto, segundo em que um bebê humano está vivo, está experimentando emoções, vivenciando experiências as mais diversas. E, cada vez mais, conforme vai ganhando autononomia motora, cognitiva, fisiológica, neurológica - aprendendo a rolar, arrastar-se, engatinhar, comunicar-se, sorrir, pedir, recusar, protestar, sentar, andar, etc.. Um dia inteiro, portanto, é uma imensa teia de retalhos estampados por emoções vividas. Alguém precisa costurar estes retalhos. Dar-lhes sentido, de modo a permitir que o bebê saiba que é ele quem está experimentando tudo isso - do começo ao fim de cada experiência. E quem faz isso é aquela pessoa responsável por cuidar do bebê - o cuidador. Tanto melhor se for a própria mãe. E como é que o cuidador faz isso? Conforme o nome diz - cuidando. O amor é compreendido pelo bebê através dos cuidados permanentes, insistentes, persistentes e consistentes, que ele recebe diariamente: cada choro acolhido no tempo adequado, cada fralda trocada há tempo de devolver-lhe o conforto perdido, todo colo oferecido (e Todos são bem-vindos), cada peito (ou mamadeira) dado no momento (tempo) em que ele está preparado para recebê-lo. Aos olhos dele isso é que é amor. É a partir destes cuidados que formará as bases que lhe permitirão amar do jeito próprio, somente dele, de amar. São estes cuidados que lhe permitirão formar vínculos: com o trabalho, com o companheiro(a), com a família, com a sociedade. Então, repetindo: "(...)cada ser humano tem história própria - pessoal e intransferível, no que concerne à vida emocional. E a história começa nos primeiros segundos do seu nascimento(...)" (postado em 03/02/2009).
(To be continued)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cães-Agility

Descobri várias coisas sobre as provas de Agility - uma forma de adestramento /esporte e/ou diversão, para experimentar com seu companheiro cão. O meu já está velhote para ingressar no esquema. O sistema é baseado no hipismo. Trata-se de um percurso com vários obstáculos dispostos para formar um circuito, implicando graus variados de dificuldade. São provas que envolvem salto simples, duplo, túnel, rampa, gangorra, pneu, etc. Os obstáculos variam conforme o porte do cachorro - grande, médio ou pequeno. O cachorro não pode estar usando coleira ou guia. Os comandos, portanto, devem ser encaminhados com gestos e/ou palavras.Existem concursos de todos os tipos, inclusive, internacionais. E existem os condutores - pessoas treinadas que conduzem o bichano pelo percurso nas competições. Eles não podem ter nada nas mãos - tipo um biscoitinho, por exemplo. Não vale!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Nossos Bebês: um longo caminho até aqui (1)

A maioria das pessoas jamais se perguntou - do que sou feito(a), do ponto de vista emocional? Que processos entraram em ação para que eu chegasse a ser quem sou? Quem sou, afinal? Quando penso em mim, que imagens vem à minha cabeça? Por exemplo, penso na opinião dos meus pais sobre mim, na dos meus amigos, do meu marido(mulher), dos meus filhos? E, são opiniões positivas, negativas, depende do dia, etc,etc.. ? E tenho consciência de que todas estas idéias, que penso que os outros pensam, são apenas idéias minhas próprias : verdade- verdadeira, não posso ter certeza sobre o que os outros realmente pensam? Desde quando eu sei pensar, desde quando tenho esta tal "consciência", esta que me permite dizer "eu sou"? E o que acontecia dentro de mim(digamos assim), quando eu já era vivo, mas ainda não sabia pensar -deste jeito adulto que penso hoje? Se é que sou um adulto, no meu modo de pensar!
A maioria das pessoas também nunca parou para se dar conta de que, um dia, foram bebês. Elas veem seus retratinhos de criança, acham bonitinho ou não, e continuam a caminhar pela vida. Sequer se dão conta de que, um dia, nem sabiam como caminhar.
Pois é, muuuiita coisa aconteceu, muitos processos inconscientes (destacando aqui apenas os aspectos emocionais) entraram em ação para formar você, do jeitinho que só você é : sua forma de olhar, sua maneira especial de abraçar, ou de não gostar muito de abraços e toques, sua forma de comer - muito, pouco, com tudo misturado ou com cada porção em seu devido lugar, engolindo rápido ou comendo bem devagar. Ainda, sua forma de falar, sua mania de ginástica, sua mania de tecidos macios ou mais duros e encorpados, sua forma de amar - muito junto da pessoa amada ou sem gostar de muito "grude", aquela necessidade enorme do outro adivinhar o que você pensa, ou, por outro lado, aquela frustração quando é preciso se explicar porque "o outro não te entende".
Muitas pessoas pensam que os pais foram os mesmos para todos os filhos, e não entendem, como os filhos podem ser tão diferentes uns dos outros. Não percebem que é impossível um ser humano se relacionar com duas pessoas diferentes, de um modo igual. Como imaginar que pais vão poder se relacionar do mesmo modo com seus bebês, que são pessoas diferentes cada um! Cada qual chegando em momentos tão diversos da vida do casal, evocando, portanto, atitudes diferentes, sentimentos diferentes.
Cada ser humano tem história própria - pessoal e intransferível, no que concerne à vida emocional. E a história começa nos primeiros segundos do seu nascimento (não vamos nem discutir aqui todo o campo de estudos sobre a vida intra-uterina, não vem ao caso agora)...
(To be continued)