Foi essa a pergunta que lancei pro grupo, com quem estive hoje o dia todo, num curso de oratória. Tratava-se de um exercício em grupo, no qual precisávamos escrever um texto, que seria utilizado numa comunicação, gravada, com duração de +/- 5 minutos. Tínhamos pouco tempo para concluir o exercício, e menos ainda, para ensaiarmos um pouco. O grupo elegeu a mim, para ser a palestrante, argumentando que serviria de comparação para a primeira apresentação do dia, também proferida por mim. Sabe como é, né gente?! Cada qual pulando do barco e deixando você ali, sozinha, na roubada - rsrs. Brincadeira, claro. Eu tinha todo interesse de me expor ao exercício, exatamente para ter um retorno dos outros componentes da turma, bem como, da professora. Tínhamos assistido, ao longo de todo o dia, diversos vídeos de palestras de políticos, pastores e empresários,de hoje e ontem, à partir dos quais, a professora Débora, exemplificava os diversos tipos de discurso, de postura corporal, linguagem não verbal, verbal, entonação de voz, etc, etc. O curso foi bastante proveitoso,diga-se, de passagem. O fato é que, inspirada em tantos discursos, sentei-me e passei a escrever freneticamente o texto que iria apresentar. Sempre acompanhada do restante do grupo, que fazia diversas contribuições, a todo momento. E o texto chamava-se: O Brasil que a gente quer. Iniciei convidando o "público" a refletir sobre o momento que o país atravessa, sobre a proximidade das eleições, e evolui no discurso dizendo que não conseguia decidir-me por quais candidatos votar,até chegar ao ponto que transcrevo, à seguir:"na verdade, analisando minha vida como eleitora,vejo que, com muito mais frequencia, votei em candidatos que poderiam fazer frente, nas urnas, ao candidato que eu tinha certeza de não querer, do que vivi a experiência de ter a satisfação de escolher um candidato em quem acreditasse, de verdade". E, daí, continuei, desdobrando a pergunta título, da postagem que você está lendo. O motivo que me fez querer escrever aqui foi que ouvi da plateia o comentário de que, também tiveram esta vivência, diversas vêzes, mas não tinham parado para pensar nisso, ou, para tomar consciência deste ato. Ato este muito inquietante para mim, desde sempre. Ora, como é possível sentir-se realmente plena como cidadã, se na hora de exercer um dos mais relevantes direitos de cidadania - votar!, não vejo caminhos para trilhar a não ser aqueles que seguem, digamos, uma lógica reversa? É contra a própria natureza de um processo eleitoral, no qual deveríamos ter opções. É disto que se trata: fazer a sua escolha! E, não, reagir à previsão mais desastrosa. Pior do que sentir-me assim, é que vejo que esta é a cultura que vem se formando no eleitor brasileiro. Se vocês, assim como, a minha turma de trabalho, não se deram conta disto, eu os convido: vamos refletir?
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