Eu tenho, e continuo descobrindo talentos dele, que eu não conhecia. Segue a última crônica escrita por ele. Achei linda, e compartilho com vocês (devidamente autorizada pelo próprio escritor!).
Eu vim assim!
Caio Mendes de Oliveira Castro.
Vim de graça.
Também não cobraram entrada.
Desde o início isto aqui vem me agradando.
O brilho do sol e das estrelas e a claridade da lua cheia e sua solidão silenciosa.
A platéia: principalmente as mulheres e as crianças.
Os amigos e os inimigos que se existirem desconhecemos.
Os jogos, os filmes e as músicas.
As canções.
As linhas e as formas.
O traço e os esboços.
Os objetos.
O velocípede, a bicicleta, a carroça ,a charrete e o automóvel.
O ônibus e o trem.
O avião.
Os barcos e os navios.
Os livros de aventuras, de poesias, de drama e comédia.
Os desenhos, as pinturas e as esculturas.
Os lápis de cor, a aquarela e o papel.
As cores e as texturas.
Os aromas e fragrâncias.
Os bichos todos: os brabos e os dóceis, seus cantos, rugidos, bramidos, silvos e urros.
As montanhas e os vales.
Os desfiladeiros e as grutas.
Os lagos, lagoas e florestas.
O campo verde e o mar azul com suas ondas.
Os rios incessantes e suas torrentes vertiginosas.
Os córregos, riachos e ribeirões.
As fontes estas promessas de vida.
As tarefas e sua realização.
A criação e a arte.
A recompensa.
O dia e a noite.
As manhãs e as tardes.
Os abrigos, as casas, os escritórios e as fábricas.
Os hospitais e os hotéis.
As escolas de todos os níveis e graus.
Os teatros e os circos.
Os estádios.
A água gelada e as cervejas, vinhos, espumantes, licores, destilados e aguardentes.
Os refrescos e as frutas.
Os sorvetes.
As geléias.
As caldas e os molhos.
Os temperos.
A pimenta e o sal que acendem os gostos.
Os bolos e as tortas.
O chocolate.
Os biscoitos.
O cheiro do pão assando.
O pão.
As verduras e legumes crus.
O azeite de oliva e o molho de gergelim.
As nozes e similares.
A manteiga: com sal, sem sal, gelada ou derretida.
Os queijos.
O leite, o sal e o açúcar.
Os cremes.
As flores.
As plantinhas e ervinhas sem a vaidade das flores.
As árvores, os musgos e liquens.
O camarão.
Os outros crustáceos e os peixes.
O feijão, o guandu e a lentilha.
O arroz: branco, preto e vermelho.
As carnes: assadas e fritas.
A batata: frita, cozida e assada.
Os patês e as terrinas.
A farinha de mandioca e a farofa..
O molho ferrugem e os ovos.
Os vidros e as pedras.
As telhas de barro.
O ouro e o aço.
O bronze e o latão: ligas formidáveis.
Os jardins e bosques.
O vento, a chuva e as tempestades.
Os relâmpagos e os trovões.
As estrelas cadentes.
O rádio e a televisão.
A eletrônica.
Os computadores e suas possibilidades infinitas.
Os móveis de sentar, de guardar e de dormir.
O frio e o calor.
A neve e a canícula.
Os agasalhos.
As roupas íntimas.
Os chinelos e as sandálias.
Os sapatos, as bolsas e as malas.
Os brinquedos e as ferramentas.
A madeira.
O pranto e o riso.
O olhar.
Os sons e os gostos.
A dor e o seu alívio.
A luz e a escuridão.
Os prazeres e os gozos.
O amor.
As esperanças e os sonhos.
Os projetos e planos.
O destino.
O despertar de um novo dia.
O orvalho: lágrimas da noite.
A escapada e a fuga.
A ilusão de um começo e a certeza de um fim.
O próprio céu confirmado no olhar da Doce Maria,
Mãe do Menino Jesus.
Rio, 18 de Julho de 2010.
Leftovers à la française
Há 4 anos
2 comentários:
Eu também tenho! E é o mesmo!!! :-) Bom poder curtí-lo ainda que assim, de longe ... E vamos nos conhecendo melhor assim também ...
É mesmo, primo! É bom, né!?
Bj.
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